Terça-Feira, 20 de Maio de 2025 @ 2v4d6c
Fernando Morgado discute os dados mais recentes e desmente os preconceitos sobre o meio rádio
Segundo os dados, o rádio atinge 88% das pessoas dessa faixa etária, superando a TV linear (73%), o Facebook (65%), os podcasts (64%), o YouTube (58%) e todas as demais plataformas digitais. São números sólidos, baseados em métodos reconhecidos e que reforçam a liderança do rádio num mercado que dita tendências globais.
Por que ainda há quem duvide desses dados?
É cada vez mais raro, mas ainda recebo comentários nas redes sociais de gente que insiste em desacreditar a força do rádio. Não apresentam um único dado confiável para contrapor — apenas frases soltas, fruto de uma mistura de desconhecimento técnico, preconceito contra o que é popular e, às vezes, pura grosseria. São vozes de quem prefere a crítica fácil à análise séria.
Há também um segundo grupo: o dos que ignoram completamente o mercado internacional. Gente que se recusa a olhar para fora, acreditando que o que acontece nos Estados Unidos ou em outros países não tem nada a ver com o Brasil. Mas no rádio, tudo tem. Nosso modelo de programação, formatos de publicidade e até a forma de fazer locução foram fortemente influenciados pelo mercado estadunidense. Ignorar isso é renunciar à própria história e comprometer a leitura de futuro.
O que esses números revelam sobre o rádio?
Esses dados, na verdade, não surpreendem quem acompanha o setor com seriedade. É impressionante a resiliência do meio mesmo diante de transformações profundas no consumo de mídia. O rádio não só se manteve presente como ou a influenciar outras plataformas. Podcasts, canais de YouTube e programas de TV cada vez mais recorrem a estruturas narrativas e formatos originados no rádio.
O curioso é que, mesmo com esse alcance todo, o rádio não se coloca como inimigo de nenhuma mídia. Ele dialoga com todas. Está presente nas redes sociais e se integra facilmente a campanhas multiplataforma. Sua força está justamente nessa capacidade de ocupar espaços distintos sem perder identidade.
Credibilidade também entra nessa conta?
O alcance do rádio é poderoso, mas ele não vem sozinho. A credibilidade é o outro grande ativo desse meio. No Brasil, o jornal Valor Econômico divulgou recentemente os resultados de uma pesquisa que aponta o rádio como a mídia em que os brasileiros mais confiam. E isso importa, e muito. Porque não basta alcançar — é preciso ser ouvido com confiança.
Essa combinação de audiência ampla com confiança consolidada é rara. Poucos meios conseguem entregar os dois atributos ao mesmo tempo. E é justamente essa convergência que garante resultados para os anunciantes. Quantas marcas surgiram e cresceram com o apoio da mídia rádio? Quantos negócios prosperaram ao usar o rádio como plataforma central de divulgação? Estamos falando de um meio que dinamiza a economia de cidades inteiras e tem impacto direto na vida de milhões.
Por que agências e marcas devem prestar atenção?
Os dados mostram claramente que o rádio ainda é, para o público economicamente mais relevante, a mídia mais presente. Essa faixa de 25 a 54 anos representa o coração do consumo, da decisão de compra e da renda familiar em boa parte dos mercados. Ignorar isso é um erro estratégico.
É importante que agências e anunciantes deixem de tratar o rádio como coadjuvante. Ele é protagonista, inclusive quando combinado a outros meios. Com os dados certos em mãos e planejamento bem-feito, o rádio não apenas entrega resultado — ele gera valor. Campanhas bem-sucedidas no rádio costumam crescer para o digital, se expandir nas redes sociais e ganhar repercussão espontânea.
Dizer que o rádio "resiste" ou “sobrevive” é uma leitura rasa. Ele não apenas acompanha o jogo, ele segue como um dos jogadores mais decisivos. No mercado de mídia, onde cada ponto de contato conta, o rádio continua sendo uma escolha estratégica — que conecta, entrega e transforma. E o mercado internacional segue mostrando isso com números claros. O resto é ruído.